13 de abr. de 2012

Traição



Hoje resolvi colocar em discussão mais um assunto ligado a relacionamentos: A Traição.

Primeiro vamos definir mais este termo. Na MINHA visão do conceito, eu vejo como traição o ato de procurar e/ou relacionar-se afetivamente (veja bem, não estou falando de amizades), com um outro indivíduo que não seja seu “parceiro”, independente de qualquer convenção social, religiosa, política, animal, galáctica, vegetal, etc.

Temos por paradigma cultural, que o homem de maneira geral é o maior culpado em todas as traições (veja bem feministas de plantão, entendam o que eu vou escrever a seguir antes de me atirarem paralelepípedos na testa), porém além da situação atual não ser exatamente esta, independente de QUEM praticou a traição, creio que seja uma falha de ambos os lados.

Ninguém vai procurar por algo que já exista em seu relacionamento, fora dele. Logo, quando um homem ou uma mulher resolvem “pular a cerca”, certamente estão infelizes com alguma coisa dentro do seu relacionamento, seja essa infelicidade de cunho sexual, afetivo, intelectual, ou qualquer outra coisa.

Veja bem, eu NÃO ESTOU APOIANDO a traição, muito pelo contrário, particularmente falando , repudio o ato. Mas quem sou eu pra julgar algo correto!? Voltando ao assunto, temos dois lados da moeda: O traído corno e o infiel filha da p#$%.

A pessoa que foi traída, sempre se verá como injustiçada, pois não conseguem ver além do ato da pessoa com quem convive. Logo, ao invés de analisar a situação do aspecto do relacionamento, prefere encarar o fato de que seu parceiro foi infiel, e que o problema é único e exclusivamente com ele.

O infiel por sua vez, se justifica justamente na falta de algo que seu parceiro deveria lhe proporcionar, logo, ele estaria apenas seguindo a opção “lógica” que seria procurar o que necessita, fazendo isso FORA do seu relacionamento.

Falando para os dois lados: AMBOS ESTÃO ERRADOS! Independente do que vocês achem um do outro, o problema não é individual, e sim CONJUGAL. Quando um casal tem a liberdade de se abrir, ao ponto de poder dizer o que sente falta ou as atitudes que não lhe agradam, dificilmente ocorrera alguma situação de infidelidade.

Ter o “tato” e a sensibilidade de entender que em um relacionamento a vida de um indivíduo implica na vida do outro indivíduo é a principal chave para mudar qualquer paradigma sobre o assunto.

Muitas vezes a situação acaba sendo mais danosa para pessoa que foi traída, por motivos óbvios, já que todos nós como seres humanos, temos medos da rejeição. O medo é “protetivo” (nem sei se esta palavra existe), porém após uma situação traumática como essa, independente do nível deste trauma, geralmente esta mesma pessoa desenvolve uma dificuldade de fazer novos vínculos afetivos.

Por conta da velocidade dos relacionamentos atuais, esses vínculos por si só, já demoram um certo tempo para acontecer. Em uma situação onde um dos indivíduos tem como parâmetro de comparação um relacionamento fracassado que teve em seu passado, estes vínculos podem praticamente nem existir, pois esse mesmo indivíduo tende a boicotar qualquer aproximação maior. Além de toda confusão psicológica, essa pessoa continua a não perceber que suas próprias atitudes podem estar fadando o relacionamento ao fracasso.

Já o segundo individuo que foi infiel, entra num ciclo vicioso, onde se acostuma a procurar suas “carências” fora de qualquer relacionamento que venha a ter futuramente. Por muitas vezes, ele mesmo não percebe que o seu erro inicial é não ter um diálogo aberto e/ou disposição para consertar qualquer problema que venha a ter num relacionamento.

No final, o que vale é a força de vontade de ambos para manterem um relacionamento, desprendendo-se de qualquer medo e encarando a situação de maneira madura. Levar adiante um relacionamento sem problemas é fácil. Manter um relacionamento antigo, que precisa ser renovado de tempos em tempos e passar por suas “manutenções” periódicas é o que vai mostrar se você e/ou seu parceiro realmente querem estar um com o outro. 

Pintou a vontade de trair e a conversa com o parceiro não vai resolver sua situação? SE-PA-RE-SE!

Texto Por Derek Muggiati

*Leia Também: "Caiu na rotina"

6 comentários:

  1. Penso que nunca vamos encontrar uma companhia que nos agrade 100% como vc disse muitas vezes sem falta algo de "cunho sexual, afetivo, intelectual, ou qualquer outra coisa"

    Então penso que sempre vamos trair o companheiro em pelo menos um desses aspectos, mas a maioria deles é aceitável a não ser o sexual e é isso que não entendo.
    Ou libera tudo ou libera nada =) ou melhor ainda, fica solteiro e não precisa se preocupar com nada disso.

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    1. Que jeito estranho de ver a vida, apenas em preto e branco. Há tantas cores bonitas por aí.

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    2. Então...cho que vai da sua interpretação de Traição. Eu acho que é hipocrisia não acharmos outro ser humano atraente além de nosso companheiro, mas a fidelidade (creio eu) que seja Exatamente isso: Ter a chance e até a vontade mas ser leal ao seu companheiro. Acho que a própria palavra COMPANHEIRO define o que devemos ser um para o outro em um relacionamento, dividir os momentos bons e ruins e levarmos a vida juntos, afinal esse é o objetivo principal

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  2. Bom, discordo do autor no 3º paragrafo, conheci muita gente que traiu apenas por ser safado(a). Compreendo sim que a traição ocorre muito pela infelicidade que se está no relacionamento. mas discordo que seja só assim que ocorra. no mais, ótimo texto. Gostei da conclusão.

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    1. Eu ainda acho que no final das contas, esse individuo "safado" é aquele que não consegue lidar com o fato de ter entrado neste ciclo vicioso de procurar em outro lugar as soluções dos problemas que estão contigo. Obviamente, o companheiro desta pessoa, mais cedo ou mais tarde acaba descobrindo esse seu perfil, e também tem como decidir se vale ou não levar um relacionamento com uma pessoa dessas para frente.

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    2. quando digo safado é safado mesmo, de carteirinha, não alguem que traiu uma vez e gostou. é simples e puramente falta de respeito pelo companheiro(a).

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